terça-feira, 27 de setembro de 2011

Paternidade e Risco Cardiovascular

Um estudo patrocinado pelo governo norteamericano, por várias universidades e pela AARP, foi publicado no último Journal of Human Reproduction.
Este estudo demonstrou que a paternidade está relacionada a uma redução de 17% na mortalidade cardiovascular, isto é, homens que têm filhos estão menos sujeitos a morrerem por causas cardiovasculares.
Estudos prévios já sugeriam que ser casado, ter muitos amigos e até possuir um cachorro, podem reduzir o risco de morrer por causas cardíacas e vasculares.
As causas deste efeito, contudo, ainda não estão esclarecidas.



Artrite e Reumatismo

Publicado na revista do American College of Rheumatology, uma pesquisa recente da Duke University revelou que o exercício físico por si promove uma melhora dos casos de artrite, independentemente da perda de peso.
Observaram, experimentalmente em ratos, que a inatividade piorava os casos de inflamação articular e que a atividade física promovia sua melhora. Esta era mediada pela diminuição da reposta inflamatória e melhor manuseio da glicose sistêmica.
Os efeitos benéficos foram mantidos mesmo nos ratos em que se mantinha uma dieta rica em gorduras.
Os autores concluíram que o exercício é um efeito muito importante como mediador da melhora inflamatória articular e que o excesso de peso, por si, provavelmente atua como causador de inatividade.
As relações entre a  atividade física e a obesidade ainda permanecem sob investigação. Muito não se conhece sobre os efeitos do exercício na gordura corporal. Sabe-se que, apesar do volume ser o mesmo, a gordura de quem faz atividade é diferente da dos sedentários.
Este pesquisa foi patrocinada pelo National Institutes of Health (NIH- equivalente ao Min. da Saúde do país) e pela Arthritis Foundation, o que demonstra a importância destes achados e a seriedade do estudo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

21 de Setembro

Hoje, 21 de setembro de 2011, haverá a paralisação do atendimento médico a certos convênios.
Finalmente, as associações e entidades que representam o médico resolveram mobilizar a comunidade. Pasmem: de 1994 ao início de 2011, recebemos R$ 8,00 (oito) reais de reajuste dos planos de saúde. Somente a Petrobrás apresentou um ajuste melhor, porém ainda insuficiente. Isto representa MENOS DE CINQÜENTA CENTAVOS de acréscimo/ano !!!! Piada ??? Não, infelizmente. O problema maior é que, da mobilização até seus possíveis resultados, vai levar mais tantos meses, e o que os médicos pretendem ainda é muito menos do que deveria ser o reajuste real !! Muito infeliz e lamentável o que o Governo deste país deixa acontecer com  os profissionais de saúde.
Pior: os membros do legislativo têm a coragem de propor a discussão de um meio para financiar a Saúde Pública, que não a CPMF, imposto que estão ansiosíssimos para reinstituir. Que tal reduzirem os aumentos dos parlamentares e funcionários da câmara e do senado para o mesmo patamar que os médicos receberam nestes últimos 17 anos ??

Análise dos Fios de Cabelo não é Confiável

Certas referências proclamam que a análise do fio de cabelo é um método útil e confiável para se averiguar problemas de saúde e carência vitamínica. Mas não é ! Muitos fatores, da poluição ao tipo de xampu, podem alterar os resultados.
Embora a análise do cabelo possa ser útil para detectar algumas substâncias tóxicas como chumbo e arsênico, os achados podem ser inconsistentes e variados.
A "American Medical Association"  é contra o exame do cabelo com a finalidade de definir condutas e tratamentos.


Ref.: Louise Chang, MD. http://www.webmd.com/louise-chang

Um Efeito Colateral Desagradável



Grupos de Medicações que mais comumente podem causar queda de cabelos como efeito colateral:
- anticoagulantes e antitrombóticos;
- medicações para redução de colesterol;
- antidepressivos;
- drogas antinflamatórias;
- antibióticos;
- pílulas anticoncepcionais;
- medicações para a menopausa.




Ref.: Louise Chang, MD. http://www.webmd.com/louise-chang

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Atorvastatina e Redução da Mortalidade

O estudo ASCOT-LLA, apresentado no Congresso Europeu de Cardiologia de 2011, mostrou que 10 mg. de atorvastatina ao dia reduz em 14% a mortalidade, sobretudo para as causas não cardiovasculares.
Esta pesquisa foi realizada com um vasto número de pacientes e durante 8 anos. 
Os autores averiguaram que esta diminuição global da mortalidade foi devida, curiosamente, à redução em 36% de mortes por infecções e doenças respiratórias. Estudos pré-clínicos vêm mostrando que as estatinas modulam a função neutrofílica, reduzem a liberação de citocinas pró-inflamatórias, melhoram a função vascular, têm propriedades antitrombóticas e melhoram a recuperação em pneumonias e sepsis. Resultados de outras pesquisas observacionais evidenciam que o uso prévio de estatinas também reduz a mortalidade por septicemia.
Esta curiosa observação deve ser tomada sob cautela. Os achados foram de um subgrupo do estudo maior e, até que sejam confirmados por outros trabalhos, não suportam a indicação indiscriminada do uso de estatinas para pacientes que não tenham dislipidemia.

domingo, 18 de setembro de 2011

Associação entre Proteínas e o Risco de Desenvolvimento de Diabets tipo II

Há muito existe um mito popular que o alto consumo de açúcares e derivados podem desencadear o aparecimento do Diabetes.
Um estudo realizado na Universidade de Lund, Suécia, apresentado no Congresso da Associação Européia para o Estudo do Diabetes de 2011, demonstrou que isto é incorreto. Na realidade, o maior consumo de pães ricos em fibras e cereais mostrou ter um efeito protetor, com redução do aparecimento desta doença. A ingesta de maior quantidade de carboidratos não teve interferência no surgimento da enfermidade.
Dietas ricas em proteínas são indicadas para redução de peso e controle da glicemia a curto prazo. Nesta pesquisa, ela foi implicada num maior risco para o aparecimento do Diabetes, com cerca de 37% de aumento da incidência. Isto parece ser um paradoxo. Na conclusão do estudo, os responsáveis recomendam que estes dados devem ser tomados com cautela e que não há subsídios suficientes para recomendação desta ou daquela dieta, mas que estes dados deixam um alerta.
O moderador da apresentação no congresso coloca, pertinentemente, que a pesquisa tem certas limitações. A dieta rica em proteínas pode ter interferência em distúrbios metabólicos e no aparecimento do Diabetes tipo II por aumentar o potencial inflamatório sistêmico. Por outro lado, ela facilita a redução e manutenção do peso, efeitos que podem contrabalançar o baixo grau de inflamação. 
Olhando para o estudo como um todo, parece que a ingestão de uma dieta pobre em gordura e rica em fibras vegetais, é benéfica. Já outro ensaio clínico deste mesmo ano demonstra que uma dieta rica em vegetais e folhas verdes reduz o surgimento do Diabetes. Quanto às proteínas, outros estudos devem ser realizados para melhores conclusões.

sábado, 17 de setembro de 2011

Saúde e Sexo

Um estudo publicado pelo "Journal of Epidemiology and Community Health"mostrou que manter relações sexuais de uma a duas vezes por semana diminui pela metade o risco de Infarto Miocárdico. E não aumenta o risco de Acidentes Vasculares Cerebrais.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Circulando na Net

       Recebi em meu e-mail um texto do Dr. Dwight, que alega não ser o colesterol um fator importante para a produção de doenças vasculares, mas sim, a inflamação.
          As lesões vasculares ateroscleróticas tem como causa múltiplos fatores, sendo um deles as altas taxas de colesterol. Há tantas nuances na produção destas lesões que a Medicina ainda não descobriu uma série delas. É fato que a inflamação e o potencial oxidativo têm um papel importante, mas outros também ! Esta visão de que somente a inflamação é importante, é monocular e simplista demais. Se desta forma fosse, como explicaríamos  recentes estudos que demonstram que a maioria dos anti-inflamatórios não hormonais, se usados de forma indiscriminada e crônica, aumentam em mais de 2 vezes o risco de Infarto, AVC e morte ? (www.theheart.org; http://www.theheart.org/article/1253349.do; http://www.theheart.org/article/1223565.do )
O médico em questão aponta uma série de erros alimentares e que, apesar de tratarmos eficazmente a hipercolesterolemia, estamos perdendo a "guerra" contra os eventos cardiovasculares. Uma das coisas que eu sempre levo em questão em qualquer estudo e pesquisa médica é o universo em que esta foi realizada. Se pegarmos a realidade norteamericana, vemos que mais de 70% da população tem sobrepeso, com altas taxas de sedentarismo e uma alimentação que, convenhamos, não tem nada de exemplar. Assim, mesmo controlando o colesterol, é muito claro que estes outros fatores, por mecanismos nem sempre muito elucidados frente a ciência atual, são preponderantes em elevar o número de cidadãos estadunidenses que estão padecendo de doenças cardiovasculares.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Mulheres, Menopausa e Risco Cardiovascular

A idéia de longa data que as mulheres são protegidas de doenças do coração antes da menopausa é provavelmente falsa. Envelhecimento por si só explica o número crescente de mortes por doenças cardiovasculares entre as mulheres quando ficam mais velhas. A menopausa claramente desempenha um papel em outras doenças para as mulheres, por exemplo , a taxa de mortalidade de câncer de mama desacelera na menopausa, provavelmente devido às alterações hormonais. As implicações:  uma abordagem mais intensiva deve ser tomada em mulheres mais jovens com fatores de risco cardiovasculares.

Sobrevida e Qualidade de Vida com o Consumo de Bebidas Alcoólicas

Um estudo de duas instituições de saúde pública australianas (University’s Priority Research Centre for Gender, Health and Ageing e Hunter Medical Research Institute’s (HMRI) Public Health Program) , que utilizou 12.432 mulheres idosas em 6 anos, demonstrou que o moderado consumo diário de bebidas alcoólicas ( 1-2 taças de vinho ou equivalente) por mulheres idosas, está associado a uma maior sobrevida e melhor qualidade de vida. As mulheres que não consumiam bebidas tiveram menor sobrevida. O benefício permanecia mesmo em mulheres mais idosas. Contudo, a pesquisa não foi concebida para prover dados para que mulheres que não bebem devam passar a fazê-lo.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Cacau, Chocolate e Saúde Cardiovascular

Os conceitos na Medicina muitas vezes são mutáveis. Isto é válido para o consumo de chocolate e dos derivados do cacau.
Um estudo de metanálise da Universidade de Cambridge, Ingl., publicado no último 29 de agosto, avaliando 7 estudos de coorte, mostra que, nestes ensaios, o maior consumo de chocolate estava associado a uma redução de 37% nas doenças cardiovasculares e de 29% nos Acidentes Vasculares Cerebrais.
Esta pesquisa tem, contudo, dois problemas mais evidentes: não consegue determinar exatamente qual a quantidade de chocolate e derivados que está associada aos benefícios e não é um estudo longitudinal.
O mérito desta metanálise reside na desmitificação de que o colesterol contido no cacau é mais prejudicial que seus polifenóis. Estes têm, não só efeitos antioxidantes in vitro, mas agora também parecem ser protetores do sistema vascular.
Óbvio é que, por enquanto, as recomendações devem serem feitas com certa cautela em relação às quantidades e freqüência da ingesta dos derivados do cacau. Estudos de seguimento necessitam ser realizados para dirimir tais questões.

Cálcio, Vitamina D e Risco Cardiovascular

A suplementação de cálcio e vitamina D pode aumentar o risco de Infarto e de AVC ("derrame"). Dados recentes (BMJ, Abril/11) mostram tendências de elevação destes eventos em mulheres que os usam para tratamento de osteoporose. Sua utilização deve ser muito mais criteriosa, sob o ponto de vista médico-terapêutico, e recomenda-se que sejam usados em casos onde a dieta e o uso dos raios solares não forem suficientes.


Abrahamsen B, Sahota O. Do calcium plus vitamin D supplements increase cardiovascular risk? BMJ 2011; doi10.1136/bmj.d2080. 
Bolland MJ, Avenell A, Baron JA, et al. Effect of calcium supplements on risk of myocardial infarction and cardiovascular events: Meta-analysis. BMJ 2010; 341:c3691
Bolland MJ, Grey A, Avenell A, et al. Calcium supplements with or without vitamin D and risk of cardiovascular events: reanalysis of the Women's Health
Initiative limited access dataset and meta-analysis. BMJ 2011; DOI: doi:10.1136/bmj.d2040